Dayane Fernanda Borges de Araujo Walker
RELAÇÕES ENTRE O ENSINO DE MATEMÁTICA E CONCEPÇÕES DOCENTES ACERCA DE ESTUDANTES AUTISTAS
Autora: Dayane Fernanda Borges de Araujo Walker
Orientador: Dr. Fábio Alexandre Borges
Palavras-chave: Concepções docentes. Autismo. Educação Matemática Inclusiva
Membros da Banca: Dra. Clélia Maria Ignatius Nogueira (UEM/Unespar), Dra. Ana Lúcia Manrique (PUC-SP)
Data da Defesa: 20/05/2021
IES: Universidade Estadual do Paraná - UNESPAR
URL: http://biblioteca.unespar.edu.br:8080/pergamumweb/vinculos/00008a/00008ac6.pdf
Tipo do documento: Dissertação
Resumo: Considerando as especificidades do estudante autista e a percepção de um significativo aumento destes incluídos na Educação Básica, o presente estudo foi permeado em torno do seguinte questionamento: Em que medida as concepções dos professores que ensinam Matemática acerca do estudante autista direcionam as práticas docentes pensadas para turmas com estudantes autistas? O objetivo geral da pesquisa foi investigar concepções docentes acerca do estudante autista e práticas no Ensino de Matemática possivelmente direcionadas por essas concepções. O estudo das concepções docentes foi utilizada como guia teórico para compreensão do objeto investigado. A abordagem da pesquisa, do tipo qualitativa, utilizou como procedimento para produção de dados uma entrevista semiestruturada, que foi gravada em áudio e transcrita na íntegra, aplicada a oito professoras que ensinam Matemática e que atendem estudantes autistas em escolas comuns da Educação Básica. Entre outras temáticas, os professores entrevistados foram interrogados acerca do que é o ser autista e das possibilidades relativas ao ensino e a aprendizagem de Matemática para tais estudantes. Para análise dos dados, pautamo-nos na Análise de Conteúdo de Roque Moraes (1999), com o delineamento de cinco etapas: Preparação, Unitarização, Categorização, Descrição e Interpretação. Como resultados preliminares, foram identificadas as seguintes categorias: concepções docentes acerca de estudantes autistas; concepções docentes acerca da inclusão de estudantes autistas em escolas comuns; O primeiro contato com estudantes autistas já em atuação profissional como consequência da ausência de debates na formação inicial e continuada; As concepções do professor acerca do apoio estrutural escolar necessário para a inclusão do estudante autista; Contribuições da Matemática escolar no desenvolvimento do estudante autista; Abordagens docentes no ensino de Matemática para estudantes autistas. A partir das categorias analisadas, é possível concluir que: a) as práticas com estudantes autistas podem ser diferenciadas das práticas desenvolvidas com os demais estudantes, buscando contemplar as especificidades de suas dificuldades. Além disso, o afeto é um importante mediador na criação do vínculo entre professor e estudante; b) na concepção dos sujeitos da pesquisa, a inclusão do estudante autista se mostra desafiadora aos envolvidos neste percurso; c) a falta de formação inicial e continuada e a inexperiência com autistas dentro e fora do contexto escolar torna o conhecimento acerca do autismo ainda mais precário e, por conta disso, a atuação do professor enquanto mediador no processo de inclusão torna-se limitada; d) há necessidade de apoio estrutural para que a prática docente com estudantes autistas aconteça de modo mais adequado; e) a Matemática é uma disciplina que favorece o ensino e a aprendizagem do autista, quando abordada a partir de metodologias práticas, com temáticas voltadas ao cotidiano desses estudantes; e f) há valorações acerca do uso de tecnologias digitais em práticas com estudantes autistas, as quais conclui-se serem menos relevantes do que outros conhecimentos acerca das especificidades do estudante autista para a contribuição no ensino de Matemática.