Tânia da Silva
DESAFIOS NO ENSINO DE MATEMÁTICA NOS ANOS INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL DURANTE A PANDEMIA
Autor(a): Tânia da Silva
Orientador(a): Prof. Dr. Everton José Goldoni Estevam ; Dra. Regina Maria Pavanello
Palavras-chave: Educação Matemática; Ensino de Matemática na Pandemia; Anos Iniciais do Ensino Fundamental; Professores que Ensinam Matemática.
Membros da Banca: Prof. Dr. Klinger Teodoro Ciríaco ; Profa. Dra. Maria Ivete Basniak
Data da Defesa: 25/07/2024
IES: Universidade Estadual do Paraná - UNESPAR
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Tipo do documento: Dissertação
Resumo:
A presente dissertação integra a linha de pesquisa Conhecimento, Linguagem e Práticas Formativas
em Educação Matemática, do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática (PRPGEM), da
Universidade Estadual do Paraná (Unespar), e foi motivada pela pandemia causada pela covid-19, que
repercutiu muito na sociedade em geral e, particularmente, no contexto educacional. Na cidade de
União da Vitória (PR), campo de realização da presente pesquisa, a situação não foi diferente. Nesse
cenário, esta pesquisa objetivou analisar os desafios manifestados por Professores que Ensinam
Matemática nos Anos Iniciais (PEMAI) ao relatarem práticas de ensino de matemática, desenvolvidas
durante a pandemia da covid-19 (2020-2021). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que contou com
dois procedimentos sequenciados para a produção dos dados, sendo: i) um Questionário (Q),
respondido por dez PEMAI, que buscou conhecer as estratégias de como as aulas de matemática foram
ministradas no Ensino Remoto Emergencial (ERE); as adaptações e estratégias dos conteúdos
matemáticos; a devolutiva das atividades aos professores, a interação com os alunos; a aprendizagem
dos alunos durante o ERE, bem como com o retorno das aulas presenciais; e ii) um Grupo de
Discussão (GD), com três desses PEMAI, que buscou aprofundar e confrontar percepções e
indicativos das análises preliminares das respostas aos questionários, focalizando adaptações
necessárias; dificuldades e desafios do ensino de matemática nos Anos Iniciais; a flexibilização dos
conteúdos matemáticos; estratégia e recursos utilizados pelos professores; os recursos tecnológicos
empregados para ensinar matemática; a interação com os estudantes e famílias. Com isso, foi possível
identificar os recursos tecnológicos empregados por professores que ensinam matemática no Ensino
Fundamental, bem como referidas justificativas condizentes com o uso; analisar dilemas vivenciados
pelos professores durante o período pandêmico nas aulas remotas; e, por fim, discutir práticas adotadas
pelos professores no período pandêmico e implicações delas decorrentes. Os resultados obtidos
apresentaram um ano letivo com muitos desafios, principalmente aos PEMAI, particularmente
envolvendo a adaptação de práticas ao contexto remoto, com recorrência a aparelhos de celular com
acesso à internet, com demandas para que familiares auxiliassem os estudantes, sendo responsáveis
pelas interações com a escola. Os vídeos desempenharam um papel central nas estratégias empregadas
pelos PEMAI, tanto com gravações e envios de vídeos orientadores e explicativos quanto pela
recorrência de vídeos do YouTube para auxiliar os próprios professores e para complementar e ampliar
explicações e orientações relacionadas a conteúdos matemáticos. As avaliações e identificações de
avanços na aprendizagem matemática foram comprometidas, com indicativos de que o ensino foi
situado mais em revisões de conteúdo. Os professores, enfrentando dificuldades diversas, precisaram
se readaptar e aprender a utilizar seus próprios aparelhos tecnológicos, bem como os que a escola
disponibilizou para uso coletivo com os estudantes. Assim, o estudo evidenciou diversas dificuldades
aos professores, estudantes e familiares com o contexto pandêmico, sinalizando um legado que levará
tempo para ser tratado no que diz respeito ao ensino de matemática, mas que sinaliza possibilidades
encontradas pelos PEMAI e algumas novas compreensões, por exemplo, em relação ao conhecimento
e aprimoramento quanto ao uso das tecnologias, ao entender que ela não substitui a presença física do
professor e a questão da valorização da saúde mental.